Há desejos que nem a prisão e nem a tortura inibem: liberdade e justiça. Há razões que nos mantém íntegros mesmo em situações extremas de dor e humilhação: a amizade e a solidariedade. Torre das Donzelas traz relatos inéditos e surpreendentes da ex-presidente Dilma Rousseff e de suas ex-companheiras de cela do Presídio Tiradentes em São Paulo. Elas estiveram presas juntas na década de 70 na Torre das Donzelas, como era chamado o conjunto de celas femininas do presídio. O filme remonta, a partir de fragmentos de lembranças de cada uma delas, uma instalação semelhante ao espaço do cárcere onde estiveram presas. Nesse cenário elas se reencontram 45 anos depois para romper com o silêncio e o medo de relatar os horrores de viver sob uma ditadura. Torre das donzelas é um exercício coletivo de memória feito por mulheres que acreditam que resistir ainda é o único modo de se manter livre. O filme que se aventura pelo campo experimental do documentário de reinvenção, tomando como referência algumas ferramentas do psicodrama, articuladas num jogo de reconstrução cênica com o apoio de uma instalação de arte semelhante ao ambiente da prisão. A partir de desenhos feitos por cada uma delas e nenhum parecido com o outro, o filme cria um campo de subjetividade ao erguer um espaço cinematográfico em que silêncios, pausas e reticências são tão importantes quanto as palavras.
- Roteiro: Susanna Lira
- Produtora: Modo Operante Produções
- Produção: Nuno Godolphim
- Fotografia: Tiago Tambelli, Jorge Bernado
- Montagem: Célia Freitas, Paulo Mainhard
- Música: Flavia Tygel
- Mostra competitiva da 51ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
- Mostra Première Brasil: Longas Documentais da 20ª edição do Festival do Rio
- 42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo
- Prêmio Especial do Júri oficial do Festival de Brasília.
- Prêmio Melhor documentário do Júri Popular da Mostra de São Paulo.
- Prêmio de Melhor direção de documentário do Festival do Rio.
- Prêmio do Júri Oficial de Melhor documentário do Festival do Rio.
- Prêmio do Júri popular de Melhor documentário do Festival do Rio.
- Prêmio de Melhor Filme pelo Júri Oficial do Atlantidoc (Uruguai)